Um blog de Rui Baptista

segunda-feira, maio 02, 2005

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domingo, setembro 12, 2004

Panamá, o segredo das Américas



O Panamá é um dos mais bem preservados santuários ecológicos do mundo, mas, para muita gente, o país continua a ser visto como um mero entreposto comercial entre o Atlântico e o Pacífico, uma terra de transição entre oceanos e sub-continentes. Do Panamá conhece-se (mal) o famoso canal que corta o país ao meio, e guardam-se na memória alguns episódios da época em que era governado pelo general Manuel Noriega, que hoje envelhece numa prisão norte-americana, condenado por tráfico de drogas.
O filme de John Boorman "O Alfaiate do Panamá", inspirado no romance de John Le Carré, veio, de alguma forma, contribuir para reforçar a imagem de um país incipiente, a cujo povo parece estar reservado somente um papel secundário na risível disputa entre as principais potências económicas do mundo. O retrato é cruel e manifestamente injusto, mas diz bem da maneira paternalista como os ocidentais (em especial os americanos, que sempre consideraram o país como o seu "backyard") olharam durante muito tempo para o Panamá.
Questões políticas à parte, o Panamá é hoje uma nação orgulhosa da sua independência, celebrada em milhares de bandeiras nacionais espalhadas por todo o território, e com uma enorme confiança no futuro. Resolvida a questão da jurisdição sobre o canal do Panamá, que passou para as mãos dos panamianos em 31 de Dezembro de 1999, o país começa, finalmente, a mostrar ao mundo os seus tesouros. Que são muitos e inegavelmente preciosos, a começar por um povo festivamente crioulo, que acolhe os visitantes com uma simpatia desarmante.

Com uma área de apenas 800 km2, o Panamá possui nada menos do que 1518 ilhas, semeadas no Oceano Pacífico e no cálido mar das Caraíbas. Com os dois oceanos separados por apenas uma hora de carro, é fácil mergulhar de manhã no Pacífico e terminar o dia com umas braçadas no Atlântico. O país (que no dialecto de uma das sete tribos de índios espalhadas pelo território quer dizer "abundância de peixe") oferece alguns dos melhores locais do mundo para a prática de mergulho e pesca submarina. A Ilha de Coiba, por exemplo, (que é simultanemente um Parque Nacional e uma colónia penal) é um paraíso para os mergulhadores, com as suas praias de mangueirais e coqueiros bordadas com recifes. E a praia de Santa Catalina, na província de Veraguas, faz as delícias dos surfistas com ondas de cinco metros.
Por estes dias, a maior dificuldade para os visitantes é escolher um itinerário, tantas são as ofertas. A indefinição vivida pelo país nas últimas décadas teve, pelo menos, o mérito de manter afastadas as hordas de turistas, que todos os dias desembarcam na vizinha Costa Rica. Um ditado local diz que na Costa Rica cada pássaro é observado por 20 turistas, enquanto cada turista no Panamá pode observar 20 pássaros. O que é certo é que o Panamá tem mais espécies de pássaros do que os Estados Unidos da América e o Canadá combinados: precisamente 934, segundo as últimas contagens dos ornitólogos. E na tranquila cidade de Santa Fé, mergulhada na densa selva tropical (berço do general Omar Torrijos, que negociou com Jimmy Carter a devolução do Canal ao Panamá, em 1977) podem ser admiradas a maior e a mais pequena espécie de orquídeas do mundo.

Por pressão das tribos índias, o governo panamiano criou nos últimos anos nada menos do que 12 parques nacionais e 20 áreas protegidas. Verdadeiros santuários ecológicos, ocupam quase 80 por cento da área total do país e alguns deles começam a menos de 20 quilómetros do centro da capital, Panama City. Quem se fizer à estrada que liga a capital a Colón, no mar das Caraíbas, corre o sério risco de deparar com macacos, jaguares e pumas, que são espécies protegidas e adoradas pelos índios, para além dos inevitáveis crocodilos, que adoram passear-se pelo asfalto. E quem tiver a sorte de percorrer de barco o canal (circuitos turísticos são vendidos nos principais hotéis da capital) vai atravessar zonas de floresta luxuriante, intensa, ameaçadora, que parece pronta a recuperar o que o Homem conquistou com a perda de milhares de vidas.

Todos os dias nascem no Panamá novas estâncias turísticas, em sítios improváveis. Nas ilhas de San Blas, por exemplo, os índios Kuna gerem um aldeamento de palhotas integradas na comunidade. E na fronteira com a Costa Rica, em pleno Parque Nacional Amistad (gerido de forma partilhada pelos dois países) existem cabanas de montanha para alugar, escondidas na selva, e ideais para observar os famosos pássaros "quetzal". O mais surpreendente é que existe no meio da selva uma padaria, que todos os dias fornece aos turistas pão fresco e "pizzas" fumegantes...
Quem não gostar de selva, vida selvagem ou praias de águas cálidas, pode sempre optar por visitar as marcas deixadas no Panamá pelos sucessivos ocupantes. A pensínsula de Azuero, no centro do país, parece um pedaço de Espanha arrancado à Pensínsula Ibérica e lançado ao Pacífico. Por todo o lado existem fortes militares, marcando a rota percorrida pelo ouro vindo do Perú, lado a lado com aldeias índias cuja história remonta a milhares de anos . E vestígios da ocupação colombiana podem ser encontrados nas principais cidades, em especial na zona velha de Panama City.

O Panamá é um segredo à espera de ser descoberto. Com condições naturais extraordinárias, o país permanece como um destino pouco procurado pelos turistas europeus, sendo praticamente ignorado pelos viajantes portugueses. Do Panamá ouve-se falar do famoso Canal que liga os oceanos Atlântico e Pacífico e pouco mais. Está na hora de corrigir essa injustiça e desvendar os tesouros do chamado "coração das Américas".
O país é relativamente pequeno, mas alberga algumas preciosidades, a começar por uma enorme mancha florestal que só encontra comparação na vizinha Costa Rica. Embora Cidade de Panamá, a capital, esteja descaracterizada pela construção de arranha-céus de gosto duvidoso, o chamado Casco Viejo mantém viva a tradicional arquitectura colonial espanhola. Existem nesta área prédios lindíssimos, como o Teatro Nacional, e outros em que apetece morar, como a casa florida e fresca do actor e cantor panamiano Rubén Blades. A bela Praça de França, junto ao prédio da embaixada francesa, justifica por si só uma ida até ao Casco Viejo, onde bordéis e bares manhosos coabitam com restaurantes de luxo e salas de espectáculos. O ar cheira a uma estranha mistura de baunilha e maresia, e à noite os sons escaldantes de salsas, cumbias, bachatas e boleros escapam-se das portas mal fechadas dos bares. Cangrejo, com os seus restaurantes, casinos e e lojas de artesanato é outra área da Cidade do Panamá que merece uma visita.
Mas os melhores tesouros do Panamá estão fora da capital, embora a uma distância relativamente curta. Basta, por exemplo, seguir pela margem do Canal na direcção de Cólon, e depois tomar a estrada que atravessa o Parque Nacional Soberania. Ali, a meia hora de Cidade do Panamá, vivem 525 espécies de pássaros e 105 espécies de mamíferos, incluindo o esquivo jaguar. A estrada nacional que atravessa o parque, ligando Cidade do Panamá e Cólon, é lindíssima, serpenteando através de árvores de grande porte e de mata cerrada. Um desvio à direita, a meio-caminho, permite chegar a Canopy Tower, um posto de observação de vida selvagem instalado na torre de um antigo radar norte-americano. Mais à frente, junto ao rio Chagres, que alimenta o Canal, ergue-se o majestoso Hotel Gamboa. Dali pode partir-se em expedição de piroga até aos índios Emberá.

Depois de Cólon, a segunda cidade do Panamá, surge finalmente o oceano Atlântico. A costa, recortada por centenas de enseadas e baías naturais, estende-se até à cidade histórica de Portobelo, onde ainda são visíveis as ruínas dos fortes construídos pelos espanhóis para defenderem aquele quer era considerado o melhor porto de mar das Américas (um dos fortes foi desmontado pelos norte-americanos, que usaram as pedras para construir uma protecção para a embocadura do Canal). Os coqueiros e as mangueiras avançam pelas praias até às águas cálidas das Caraíbas, e pequenos restaurantes, sóbrios mas muito baratos, escondem-se nas curvas das estradas. Há pouca gente em Portobelo, e por isso pode-se andar por largos períodos sem ver ninguém. Ali chove todos os dias, mesmo durante a estação seca, mas a água é morna e transforma-se em vapor mal toca na terra quente, deixando toda a zona mergulhada numa névoa misteriosa.
Sempre com a Cidade de Panamá como referência, pode optar-se antes por uma incursão a sul, pela costa do Pacífico. Existem poucas dezenas de quilómetros de auto-estrada à volta da capital, por isso o melhor é tomar a estrada nacional para Coronado, que passa ao largo da península de Punta Chame. Entre Coronado e Penomé, capital da província de Coclé, situa-se o melhor conjunto de praias do Pacífico, numa zona conhecida como Costa Blanca devido à brancura das suas areias (a maior parte das praias do Pacífico são de areia negra). Esta zona tem um micro-clima que lhe permite ter sol todo o ano. As temperaturas são normalmente muito elevadas, mas quem se der mal com o calor pode sempre refugiar-se em Valle de Anton, a 40 minutos de distância, ou em Valle Esperanza, a meia-hora de Penonomé. Ali está-se em plena "rainforest", sendo possível fazer caminhadas através de um bosque tropical chuvoso, ou deslizar sobre as copas das árvores, sentado numa cadeira presa a um cabo de aço. A experiência é inesquecível.

(Hotel Gamboa Resort)
Obviamente que ninguém pode ter a ambição de descobrir todo o Panamá em apenas uma ou mesmo duas viagens. Fora deste roteiro ficam lugares espantosos como o arquipélago de Bocas del Toro, a Costa do Mosquito ou o Parque Nacional Amistad, cuja gestão é partilhada com a Costa Rica. Mas os textos que se seguem podem servir como orientação para quem esteja disponível para conhecer este pequeno país, que vale bem a pena descobrir.
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O tal Canal

O Panamá é o país ideal para ver navios. O Canal do Panamá, que liga o oceano Atlântico ao Pacífico através de um engenhoso sistema de comportas, é uma das principais fontes de rendimento do país e uma atracção fortíssima para os turistas. Todos os dias é atravessado por navios cargueiros de grande porte, sob o olhar atento de centenas de pessoas, armadas com câmaras de vídeo e máquinas fotográficas. O espectáculo pouco tem de emocionante, mas constitui passagem obrigatória para quem visita o Panamá.
Os panamianos são muito ciososo do seu Canal, o que não surpreende se pensarmos que o destino do país esteve (e continua a estar, embora agora menos) dependente do êxito comercial da travessia. Milhares de homens morreram para que o Panama Canal fosse construído, e em seu nome houve levantamentos populares, tentativas de golpes de Estado e crises políticas graves.


Nas últimas décadas os panamianos encararam o Canal como símbolo máximo da sua soberania, e só se consideraram verdadeiramente independentes e senhores do seu destino quando os americanos lhes entregaram a gestão do Canal, em 31 de Dezembro de 1999. Nesse dia começou uma festa que ainda hoje dura nas ruas de Panama City, onde são frequentes manifestações espontâneas de orgulho nacional, assinaladas com os habituais disparos para o ar. Um costume que espanta os turistas, mas que nada tem de agressivo, embora seja relativamente perigoso.
O Canal começou a ser construído ainda durante a ocupação colombiana, em 1881, pelo francês Ferdinand Lesseps, e desde o primeiro minuto revelou-se um tarefa descomunal. Nada menos do que 22 mil homens morreram nesta fase, vítimas de malária e febre amarela. A companhia de Lesseps foi à falência em 1889, e o sonho do Canal só seria retomado já depois de o Panamá se ter tornado independente da Colômbia, em 1903, com a ajuda dos Estados Unidos da América (EUA). No ano seguinte as obras recomeçaram sob a direcção do coronel George Washington. A vacinação massiva dos trabalhadores preveniu os surtos de febre amarela, mas mesmo assim morreram dezenas de milhares de pessoas vítimas de malária, deslizamentos de terras e outros acidentes. Em 15 de Agosto de 1914 o Canal foi, finalmente, inaugurado.
A contestação ao tratado entre o Panamá e os EUA, que estendia a sobreania americana sobre o Canal a uma zona de oito quilómetros a contar a partir de cada margem, começou imediatamente e durou até 1999. Houve diversos levantamentos populares, alguns reprimidos pelos governos locais, outros pelos americanos, que tinham na zona um forte contigente militar. O passo fundamental para a devolução ocorreu em 1977, quando o general Omar Torrijos conseguiu que o presidente Carter se comprometesse a devolver o Canal ao Panamá no último dia de 1999. O escritor inglês Graham Greene seguiu de perto as negociações e escreveu mesmo um livro que é uma das referências sobre este período da história panamiana ("O meu amigo general", 1984, Editora Tricontinental).
Visitar o Canal é hoje muito fácil. A maior parte dos hotéis oferece viagens a diversos pontos de observação, é possivel navegar no Canal e até sobrevoá-lo de helicoptero, como fez António Guterres durante a última cimeira ibero-americana de Chefes de Estado e do Governo, que decorreu em Panama City. Mas, para se ter uma ideia das dificuldades encontradas pelos construtores, nada melhor que mergulhar na selva, e ver como a Natureza recuperou já muitas das áreas conquistadas com suor e sangue pelos homens.

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10 curiosidades sobre o Panamá

1 — O explorador espanhol Rodrigo de Bastidas descobriu o istmo do Panamá em 1501. Um ano depois, Cristóvão Colombo pisou finalmente o território, na sua quarta e última viagem ao continente americano. Mas quem primeiro percebeu as potencialidades do país foi Vasco Nunez de Balboa, que vaticinou que o Panamá viria a servir de ponto de ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico.

2 — Francisco Pizarro, o conquistador espanhol que arrasou o império do Incas, usou o Panamá como ponto de partida para as suas expedições ao Perú. Mais tarde, grande parte do ouro saqueado por Pizarro seguiu para Espanha através dos portos panamianos de Nombre de Dios e Portobelo. A trilhas do ouro através da floresta (Camino Real e Camino de Cruces) podem ainda hoje ser visitadas.

3 — A primeira cidade do Panamá (Panama La Vieja) foi atacada diversas vezes pelo pirata inglês Henry Morgan, acabando por ser saqueada. Foi mais tarde reconstruída mais para o interior, numa área conhecida hoje como Casco Viejo. Morgan era o terror dos espanhóis, e fez incursões violentas também em Portobelo, arrasando tudo à sua passagem.

(Panama La Vieja)

4 — O Panamá é uma nação mestiça. A composição étnica do país é uma mistura de europeus e indígenas, como os Kuna, os Emberá, os Guaymis e os Chocos. Durante a construçao do Canal chegaram ao país trabalhadores chineses, indianos e africanos.

(Retrato de um índio Emberá)

5 — Em 1903, os Estados Unidos da América apoiaram o Panamá na luta pela independência contra a Colômbia. Em troca, os americanos reclamaram soberania sobre as duas margens do Canal, que começou a ser construído em 1881 pelo francês Ferdinand de Lesseps, mas que só ficou concluído em 1914, sob a condução de George Washington (sem parentesco com o presidente americano do mesmo nome).

6 — O Canal do Panamá tem 80 quilómetros de extensão e liga os oceanos Atlântico e Pacífico. Funciona através de um elaborado sistema de comportas, e a travessia tem uma duração média de 8 a 10 horas. A sua construção custou a vida a cerca de 30 mil pessoas, vitimadas por acidentes, e por surtos de malária e febre amarela.

7 — O Canal do Panamá é o único lugar do mundo onde os comandantes dos navios militares são obrigados a ceder o controlo do barco durante a travessia. Uma equipa de 200 pilotos encarrega-se de levar os barcos de um oceano ao outro sem acidentes.

8 - A ponte das Américas é a única ligação terrestre entre as duas margens do Canal. Na prática, a ponte inaugurada em 1962 liga a América do Norte à América do Sul


9 — Depois de muitos protestos dos panamianos, os americanos acabaram por aceitar renunciar à soberania sobre a chamada Zona (um corredor que se estendia por oito milhas em cada margem). O acordo foi assinado em 1977, pelos presidentes Carter e Omar Torrijos.

10 — O controle sobre o Canal passou para o Panamá em 31 de Dezembro de 1999. Na mesma altura, os americanos cederam aos panamianos diversos aquartelamentos militares, nomeadamente a base militar de Allbrook, que hoje serve de aeroporto para voos internos.

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Um hotel de luxo no meio da floresta

(Átrio do Gamboa)

Para perceber melhor a grandiosidade do Gamboa Rainforest Resort, considerado um dos melhores hotéis do mundo, é preciso cruzar o rio Chagres até à outra margem. Só daquele ponto de observação, a menos de uma centena de metros do Canal do Panamá, é possível ter uma visão de conjunto do hotel. Primeiro repara-se nas árvores que crescem a partir do rio, mas depois o olhar é atraído pelos cinco enormes painéis de vidro que abrangem a giganteca recepção do hotel, e pelos telhados verdes que correm dezenas de metros até se perderem na vegetação. Definitivamente, o hotel tem qualquer coisa de sumptuoso, mas ao mesmo tempo consegue o milagre de se integrar harmoniosamente na paisagem.
Chega-se ao hotel através do Parque Soberania, atravessando uma zona de belas casas de madeira que serviram de habitação aos americanos que dirigiram o Canal. Hoje é possível arrendar aquelas casas, que entretanto foram recuperadas, por cerca de 200 euros por dia. O preço é elevado, é certo, mas as casas estão preparadas para receber pelo menos quatro pessoas, além de que há prazeres que valem o esforço.
Os quartos do hotel, instalado numa área que cobre 340 hectares de floresta, ficam em "bungalows" aos quais se chega através de corredores de madeira suspensos no meio das árvores. O hotel tem todos aqueles confortos desejados pelo turista mais exigente (piscina, uma enorme e bem apetrechada biblioteca, um "spa" com serviço de massagens, "room service" permanente, etc., etc.), mas o seu maior encanto reside na proximidade do rio e na floresta tropical que o rodeia. O Chagres, que alimenta de água o Canal, está infestado de crocodilos ("lagartos", na gíria local), mas isso não impediu os actores Pierce Brosnan e Jamie Lee Curtis de ali se banharem durante as gravações do filme "O Alfaiate do Panamá". À noite, é possível tomar um barco na marina do hotel e ir rio acima ver os crocodilos, que ficam como que hipnotizados pela luz das lanternas.
Uma maneira menos perigosa de passar o tempo consiste em apanhar manhã cedo um teleférico que sobrevoa a copa das árvores.

(Teleférico do Gamboa Resort)
Durante mais de uma hora, no mais completo silêncio, é possível observar os animais no seu habitat natural. O ZARPAR deu de caras com uma preguiça, muitos macacos e iguanas e até uma cobra enrolada num ramo de árvore. A viagem de teleférico, montanha acima, começa numa torre de madeira e metal erguida no meio da floresta, a um quarto de hora de distância do hotel. O Gamboa, por força de um acordo com as autoridades florestais, mantém em funcionamento uma estufa de criação de borboletas, um serpentário com reptéis recolhidos na selva, e até um mini-zoológico em que os crocodilos e os jacarés são as principais atracções. Mas o melhor mesmo é acordar manhã cedo com o canto de dezenas de pássaros, num quarto virado para o rio, enquanto a neblina esconde a copa da floresta.

Ficha:
Gamboa Rainforest Resort. 155 quartos, vilas e apartamentos. Preços desde 180 dólares até 800 dólares por noite. Reservas através do número 3149000 ou pelo endereço electrónico reservations@gamboaresort.com.
Web Site: www.gamboaresort.com

(Varanda onde é servido o pequeno-almoço)
posted by Rui Baptista at 2:42:00 da manhã 0 comments

Uma torre para ver animais



Uma das grandes atracções do Parque Sobernia é a Canopy Tower, um dos mais famosos posto de observação de pássaros do mundo. Consiste, basicamente, numa torre de madeira e metal erguida no coração da floresta, encimada por uma cúpula redonda, que mais parece uma enorme bola de futebol. Em tempos serviu de casa a uma radar da aviação dos Estados Unidos da América, mas há cerca de uma dezena de anos foi reconvertida em posto de observação de animais.
A ausência de ruídos provocados pelos homens é o que mais impressiona na Canopy Tower, à qual se chega através de uma estrada íngreme, estreita e escorregadia que corta a floresta. No interior da torre foram construídos três pisos de quartos de madeira virados para a floresta. Os quartos são espartanos, com camas de madeira, grandes janelas de vidro encostadas ás árvores e casas de banho mínimas, mas custam mais de 200 euros por noite. Apesar disso, estão sempre ocupados por ornitólogos idos de todos os pontos do mundo.

(Suite na Canopy Tower)
O tecto da torre é um dos locais mais requisitados pelos visitantes, mas a área nobre é mesmo o último andar, onde funciona a cozinha e a sala de refeições. Existe mesmo uma pequena biblioteca e redes de descanso estão penduradas no tecto, estratégicamente viradas para a floresta.
Quem não quiser instalar-se na torre, pode simplesmente visitá-la, como fez o ZARPAR. E se isso acontecer, não se esqueça de pedir a um dos quatro empregados permanentes que lhe sirva um refresco de "guanabana", uma fruta que cresce na floresta. É simplesmente delicioso.

posted by Rui Baptista at 2:37:00 da manhã 0 comments